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sexta-feira, 29 de abril de 2011

PS - Um Alentejo Forte

terça-feira, 5 de abril de 2011

Interiormente


Não obstante os inegáveis avanços infra-estruturais que o Interior do país conheceu ao longo da última década, uma sombra de desesperança continua a pairar sobre estes territórios onde não chega o cheiro do mar. No dealbar de um novo milénio, 2/3 da área de Portugal parecem definhar, sem rumo, sem identidade, sem um desígnio suficientemente sólido que faça os seus habitantes acreditarem e trabalharem em prol de um futuro.

Historicamente, a existência de populações nas regiões interiores sempre foi legitimada por várias razões (ora como sentinela, enquanto o país consolidou as suas fronteiras, ora alimentando as metrópoles do reino, quando estas experimentaram o seu boom demográfico). Todavia, o fenómeno da globalização, com a economia à escala mundial e a (quase) dissolução das fronteiras físicas, deixou estas regiões sem uma utilidade óbvia, confusas e a desaparecerem lentamente.

Para renascer, o Interior precisa de redefinir a sua rota e reencontrar o seu papel. A sangria demográfica verificada nas últimas décadas, principalmente no que toca aos cidadãos mais qualificados, colocou o Interior perante um grave problema de escassez de massa crítica, essencial ao dinamismo e desenvolvimento de qualquer território. No entanto, a revolução tecnológica, com a consequente massificação das Tecnologias da Informação e Comunicação, afigura-se agora como parte do remédio para este mal. Com ferramentas que nos permitem estar em contacto, em tempo real, com qualquer parte do mundo, a massa crítica de um território deixa de estar refém dos limites da sua própria geografia. Nesta nova era, contribuirá para um Interior melhor quem se sentir impelido a fazê-lo, quem se sentir identificado com os seus problemas e quem se mostrar solidário com as suas causas. O Interior poderá finalmente usufruir da massa crítica que eternamente parecia fugir-lhe.

Assim, o projecto Interiormente, organizado pela Federação Distrital da JS da Guarda e com o apoio directo das Federações de Bragança, Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Baixo Alentejo, Santarém e Coimbra (esta por ter mais de metade das concelhias em território interior), visa promover um debate sério e descomplexado a nível nacional acerca do futuro dos territórios interiores de Portugal que, posteriormente, possa servir de base a uma verdadeira estratégia de revitalização. Durante cerca de um ano, dinamizaremos uma plataforma de reflexão online em que pessoas dos mais variados campos da sociedade serão chamadas a contribuir com a sua visão, ideias ou críticas para construir um Interior com futuro. Posteriormente, e com base nessa reflexão, haverá lugar a debates e/ou tertúlias assim como (se reunirmos os apoios suficientes) uma publicação com as ideias do fórum.

De todos os distritos, de todos os partidos (da esquerda à direita), necessitaremos do contributo intelectual de todos, nesta causa comum que é a defesa da coesão territorial. Só unidos poderemos fazer com que Portugal viva, no século XXI, mais Interiormente.